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domingo, 1 de setembro de 2013

Jornada de Gastroenterologia APM 2013

 
 
JORNADA DE GASTROENTEROLOGIA
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS
 Departamento de Gastroenterologia da APM
 Presidente: Dra. Rosângela Porto
 
 
 
Data: 14 DE SETEMBRO de 2013
9h00 às 09h40:
Tema: Complicações Sistêmicas
Visão Reumatológias. Palestrante: a definir
Visão  Dermatológicas. Palestrante: Dra. Ana Estela  Ribeiro
Visão  Oftalmológicas. Palestrante: Dr. Eduardo Pantaleão
 
09h40 às 10h20:
Complicações Locais
Palestrante: Dr.Wilson Catapani  
 
10h20 às 10h40:
Perguntas
 
10h40 às 11h20:
Uso de Biológicos no tratamento das DII  
Palestrante: Dra. Terry Rocha de Medeiros
 
11h20 às 11h40:  
Manipulação e Administração do Infliximabe
Palestrante: Taciana Marcolino
 
11h40 às 12h00:
Perguntas
 
12h00:
Encerramento
 
 


quinta-feira, 11 de abril de 2013

Helicobacter pylori: a bactéria resistente ao meio ácido do estômago

Em tempos de cientificismo e de profusas descobertas científicas, realmente podemos dizer que a Medicina é uma ciência de verdades transitórias. Explico.
Quando se poderia supor, há poucas décadas passadas, que lesões ulcerosas gástricas poderiam ser tratadas por meio de antibióticos e não com a técnica cirurgia de Gastrectomia?
Sim; em idos tempos não muito distantes, a cirurgia que retirava parte do estômago de um paciente com úlcera gástrica era um dos únicos tratamentos efetivos para a cura da doença.
É neste cenário de ciência e novas descobertas que os pesquisadores  australianos WARREN e MARSHALL, em 1983, isolaram a "Helicobacter pylori" no estômago de pacientes com gastrite crônica e levantaram a hipótese de que esta bactéria fosse a causadora da doença.
A relevância de suas observações, entretanto, foi tardiamente reconhecida e laureada com o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 2005, pela descoberta da "Bactéria Helicobacter pylori e seu papel na etiopatogenia da gastrite e da doença ulcerosa péptica".



O que é " H. pylori"?

É uma bactéria espiralada que se adere à mucosa gástrica por meio de seus flagelos. Infecta o estômago e ali sobrevive em meio ácido tão hostil graças a sua capacidade de converter a uréia presente no suco gástrico, em amônia e gás carbônico.
O "H. pylori" tem cepas com diversidade genética e virulências variáveis, causando doenças como Gastrite Crônica, Úlceras pépticas gástricas e duodenais, Adenocarcinoma Gástrico e Linfoma MALT.

Embora a organização Mundial de saúde (OMS) estime uma alta taxa de infecção entre a população mundial ( em torno de 50%), muitos indivíduos infectados não desenvolvem sintomas ou dano gástrico. Contudo, ainda assim, 17% dos indivíduos infectados desenvolverão úlcera péptica, 4% destes têm complicação da úlcera e 1% progredirá para o câncer gástrico.
A OMS considera o "H. pylori" um agente carcinogênico.

Uma vez assestada na mucosa do estômago, a bactéria produz uma série de citotoxinas e enzimas tóxicas que destroem as células gástricas e desequilibram os mecanismos de defesa epitelial.



Qual a sua prevalência?

A infecção pelo "H. Pylori" é universal, mas se observa que é significativamente menos prevalente nos países industrializados.
A infecção pela bactéria ocorre comumente na infância, atingindo taxas de 30 a 50% e persistindo no estômago a menos que tratada. A prevalência entre adultos nos países em desenvolvimento é em média de 80%, enquanto em países desenvolvidos é menor que 40%.
Estudos epidemiológicos realizados no Brasil evidenciaram que a prevalência da infecção é semelhante entre homens e mulheres, aumenta com a idade e é maior nas classes econômicas mais baixas.


Como se adquire o " H. pylori"?

A infecção dá-se geralmente por contato direto ou ingestão de água e alimentos contaminados.
O exato mecanismo de transmissão ainda é desconhecido. É consenso universal que a bactéria só consegue alcançar a mucosa gástrica pela boca, pois não é um microrganismo invasivo.
A cavidade oral tem sido proposta como reservatório de infecção e reinfecção pelo "H. pylori", pois a regurgitação do suco gástrico pode contaminar a boca.




Quais os sintomas?

A infecção pelo "H. pylori" poderá evoluir de forma sintomática ou assintomática.
Embora a imensa maioria das pessoas infectadas não apresente repercussões clínicas, um grupo pequeno estará exposto ao desenvolvimento de gastrite, úlceras pépticas e, em um menor grau, ao risco de neoplasias.
Os sintomas, quando presentes, podem ser: dor epigástrica (estômago),  desconforto abdominal, empachamento, náuseas, vômitos, dor de cabeça, halitose, fraqueza, entre outros.


Diagnóstico

Os exames que detectam a bactéria são divididos em :

Invasivos
São aqueles que requerem tecido gástrico para detectar o microrganismo:
  • Endoscopia digestiva alta com biópsias
  • Teste da urease
  • Estudo histológico
  • PCR
  • Cultura
Não Invasivos
  • Antígeno do "H.pylori" nas fezes
  • Sorologia de anticorpos IGM e IGG para HP no sangue
  • Teste Respiratório

Tratamento


É realizado com esquema terapêutico específico que envolve a combinação de dois antibióticos e protetores gástricos. O tratamento dura cerca de 7 dias e a taxa de erradicação da bactéria é em torno de 90%.


Reinfeção e Resistência bacteriana

A recorrência do "H. pylori", após a erradicação bem-sucedida, é rara em países desenvolvidos e mais frequente em países em desenvolvimento, ficando em uma proporção de 2,6% e 13%, respectivamente.
Outro problema comumente enfrentado atualmente é a resistência do "H. pylori" aos antibióticos  usados na sua erradicação.
Nestes casos, é feito o retratamento com novos esquemas terapêuticos, que contemplam outras classes de antibióticos e têm duração de 10 a 14 dias.





segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Avalie o seu risco para Câncer Intestinal


Avalie seu Risco


Responda ao TESTE e descubra qual a melhor forma de se prevenir:

Saiba como evitar o câncer colorretal

O Câncer Colorretal ( CCR), também conhecido como de Câncer de Intestino, corresponde a aproximadamente 15% de todos os casos de câncer.  Trata-se de uma doença 100% evitável, mas que faz cada vez mais vítimas no Brasil. Ele atinge a parte final do intestino, que abrange o intestino grosso (também chamado de cólon) e o reto. É importante ressaltar que quando diagnosticado em estágios iniciais, este câncer tem mais de 80% de cura. 
Quase sempre, o CCR surge como um pólipo (lesão frequentemente benigna) que cresce na parede do intestino e que pode tornar-se um câncer caso não seja diagnosticado e retirado a tempo. Quando se faz uma colonoscopia preventiva e se encontra o pólipo, basta retirá-lo para  se prevenir o câncer. 


Assim, tratar os pólipos no início e adquirir hábitos preventivos aumenta as chances de cura, que são altas no caso câncer colorretal.

A maior utilização do exame de sangue oculto nas fezes e da colonoscopia diminuiu a taxa de mortalidade nos últimos anos. Outra estratégia importante de prevenção é adquirir hábitos saudáveis. A alimentação com alto teor de gordura e poucas fibras favorece o aparecimento da doença, bem como a obesidade, o sedentarismo e o tabagismo.
Existem ainda fatores não controláveis, mas que exigem atenção para que o acompanhamento médico seja ainda mais cuidadoso. Ter mais que 50 anos de idade, ter colite ulcerativa ou Doença de Crohn, pólipos não detectados e tratados, câncer de mama, ovário ou útero, além de histórico familiar dessas doenças são um sinal de alerta para o câncer colorretal.
Apesar de todos esses fatores, a doença pode fazer vítimas que não se incluem entre eles. Com uma boa detecção, através de exame físico, de sangue oculto nas fezes, colonoscopia ou retossigmoidoscopia, a doença tem grandes chances de ser curada.

O que é rastreamento?

A maioria dos pólipos cresce lentamente, mantendo-se benignos por longos períodos de tempo antes de se transformarem em câncer. Estima-se que esse período de transformação da sequência adenoma-carcinoma seja de 10 anos. Neste período, menos de 10% dos pacientes apresentam algum tipo de sintoma, fazendo assim com que a grande maioria seja diagnosticada em fase avançada da doença. Em função de sua alta prevalência, sua fase assintomática longa e a presença de lesões pré-cancerosas tratáveis, o CCR é ideal para o programa de rastreamento.

O rastreamento do Câncer Colorretal tem como objetivo detectar não somente o câncer logo no início mas também prevenir que este ocorra através da detecção e remoção dos pólipos. Chamamos de Rastreamento a realização de um exame na população assintomática para detectar o câncer nas fases iniciais. Na população sintomática (com sangue nas fezes, dor abdominal, alteração de hábito intestinal, anemia crônica entre outros sintomas), a chance de câncer é bem maior sendo indicada a realização da colonoscopia como método diagnóstico. Caso apresente sintomas, consulte seu médico.

Fonte: ABRAPRECI - A ABRAPRECI é uma associação que promove e dissemina educação, eventos e campanhas com o intuito de esclarecer a população sobre os fatores de risco, prevenção, detecção e tratamento do câncer de intestino, apoiada por várias entidades médicas.


Saiba mais! Acesse:

Câncer Colorretal : prevenção é nossa meta!
Rastreamento de Câncer Intestinal em pessoas assintomáticas
COLONOSCOPIA - Exame importante e seguro

sábado, 5 de janeiro de 2013

COLOPROCTOLOGISTA: O que faz este especialista?


O que é coloproctologia?

A Coloproctologia é uma especialidade médica que estuda e trata as
doenças do intestino grosso (cólon), do reto e do ânus.
Etimologicamente temos: colo (intestino grosso), procto (reto, canal anal e ânus) e logia (ciência, estudo).
Anteriormente conhecida apenas como proctologia, a especialidade médica que nos poderia parecer recente, tem na realidade uma história documentada de mais de 5.000 anos, incluindo uma série de técnicas operatórias e vários instrumentos cirúrgicos.
Como observa-se, há uma série de distúrbios que frequentemente afetam estes órgãos, doenças benignas e malignas, que são tratadas por meio de terapia medicamentosa ou cirúrgica.
Em relação ao cólon e ao reto, são doenças comumente tratadas pelo coloproctologista: câncer de intestino grosso e reto (câncer colorretal), as doenças inflamatórias intestinais (retocolite ulcerativa, doença de Crohn, colites), infecções (parasitárias, bacterianas e virais), distúrbios funcionais (síndrome do intestino irritável), constipação intestinal, diarréias crônicas, entre outras.
O canal anal e o ânus são acometidos por doenças extremamente frequentes. As mais comuns são: hemorróidas, fissuras e abscessos anais, fístulas anorretais, incontinência anal, doenças venéreas ( HPV-condilomas e sífilis), prurido anal e doenças dermatológicas perianais. O câncer de canal anal felizmente, diferente do câncer colorretal, tem baixa incidência.
A formação do coloproctologista é cirúrgica, ou seja, somente após a sua formação em cirurgia geral, o médico está habilitado a continuar sua especialização na área de coloproctologia.
Fato que acontece amiúde e que eu acho relevante destacar, é a dúvida que muitas pessoas têm a cerca da área de atuação das especialidades de Coloproctologia e Urologia. É importante enfatizar que a Coloproctologia ou Proctologia NÃO CUIDA DOS PROBLEMAS DA PRÓSTATA. Embora haja alguma confusão quanto aos termos, cabe ao médico Urologista dedicar-se ao estudo dos problemas da próstata e seu tratamento.
Creio que a dúvida seja frequente pois as duas especialidades utilizam o exame de TOQUE RETAL para a investigação diagnóstica. Entretanto, o toque retal não é um exame aplicado exclusivamente para examinar a próstata. Este exame clínico também ajuda o Coloproctologista na avaliação das condições do reto e do ânus, bem como é um exame igualmente importante ao médico Urologista, sendo útil no diagnóstico do câncer de próstata entre outros problemas desta glândula.
Portanto, o toque retal é um importante exame para a avaliação tanto de problemas proctológicos quanto urológicos.   

QUANDO DEVO PROCURAR UM COLOPROCTOLOGISTA?

Os principais sintomas que sugerem doenças do cólon, reto e ânus,  são:
  • sangue nas fezes;
  • muco (catarro) nas fezes;
  • constipação intestinal (intestino preso);
  • diarréia crônica, por mais de 3 semanas;
  • urgência para evacuar;
  • dor ao evacuar;
  • incontinência fecal (perda involuntária de fezes);
  • dor abdominal recorrente;
  • distensão abdominal e gases em excesso;
  • nódulo ou verruga anal;
  • saída de secreção anal.


Se você apresenta algum desses sintomas ou possui uma história familiar de câncer colorretal, procure sempre um médico coloproctologista. 


 

Sintomas Noturnos do Refluxo Gastroesofágico


A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é uma afecção crônica decorrente do refluxo de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes a ele.
É uma doença com alta prevalência em todo o mundo e caracteriza-se, do ponto de vista clínico, pela presença de pirose (azia, queimação retroesternal) e regurgitação. Vale lembrar que pacientes com DRGE podem apresentar, além dos sintomas típicos, outros sintomas adicionais ou mesmo isolados associados ao refluxo, como dor torácica não cardíaca, disfagia (dificuldade de deglutição), rouquidão, pigarros faríngeos, tosse crônica, apnéia do sono, entre outros. Aproximadamente 78% dos pacientes com rouquidão e 80% dos pacientes com asma têm sintomas que podem estar associados à DRGE.



O Refluxo gastroesofágico noturno está associado às formas mais graves da DRGE, como as esofagites (inflamação da mucosa esofágica), estenose (estreitamento do esôfago devido à inflamação recorrente pelo ácido), esôfago de Barrett e adenocarcinoma esofágico.
A pirose durante o sono e distúrbios do sono são manifestações comuns da DRGE noturna e apresentam um importante impacto na qualidade de vida dos pacientes.

Estudo realizado por Kindt e cols. (2011) avaliou a prevalência da pirose e sua associação com distúrbios do sono, demonstrando que 84% dos 9.322 pacientes atendidos referiam distúrbios do sono devido ao refluxo ácido noturno. Eis os resultados:

  • 47% Refluxo ao acordar pela manhã
  • 45% Acordam durante a noite com sintomas
  • 39% Dificuldade para dormir
  • 35% Cansaço matinal
  • 30%, 35% e 12%  pirose noturna leve, moderada e intensa, respectivamente. 
Além da pirose, os pacientes podem referir refluxo de comida para a boca e, por vezes, engasgo noturno (despertam assustados à noite com repentino engasgo causado pela presença de conteúdo gástrico à boca).

Este quadro frequentemente vem acompanhado de uma sensação de sufocamento e falta de ar, fazendo os pacientes dormirem com vários travesseiros ou quase sentados na tentativa de aliviar o desconforto noturno.

Há uma complexa relação entre a DRGE e o sono: transtornos do sono podem induzir distúrbios gastrointestinais, enquanto que sintomas gastrointestinais também podem provocar ou piorar alterações do sono. 
Os mecanismos de clareamento esofágico (a deglutição, a salivação e os movimentos peristálticos do esôfago) pioram durante o sono, resultando em um prolongamento de tempo de contato do ácido com a mucosa esofágica. Desta forma, o refluxo noturno pode ocasionar distúrbios do sono e por outro lado, estes  distúrbios podem agravar a DRGE pelo contato prolongado do ácido e pelo aumento da percepção sensorial. Este fato pode facilitar a ocorrência de complicações da DRGE e diminuir a qualidade de vida dos indivíduos acometidos. 

Alguns fatores estão relacionados com maior risco de sintomas noturnos e distúrbios do sono em pacientes com DRGE:
  • TABAGISMO
  • ÁLCOOL
  • ESOFAGITE GRAVE
  • JOVENS
  • OBESIDADE
  • DRGE HÁ MAIS DE 5 ANOS
  • PIROSE E REGURGITAÇÃO DIÁRIA
O tratamento da DRGE visa controlar os sintomas, cicatrizar as lesões e prevenir recidivas/complicações. A grande maioria dos pacientes se beneficia com o tratamento clínico, que deve abranger medidas comportamentais e farmacológicas simultaneamente.

As medidas comportamentais previnem situações e alimentos que promovam ou facilitem o refluxo.
Pacientes com distúrbios do sono decorrente de pirose noturna se beneficiam com as seguintes medidas:
  1. Elevar a cabeceira da cama cerca de 10 a 15 cm
  2. Evitar refeições copiosas à noite
  3. Não se deitar após as refeições, aguardando um período mínimo de 2 horas

Importante: Nunca pratique a automedicação. Casos graves de DRGE são frequentemente mascarados pelo uso a longo prazo de medicações inadequadas, levando a complicações importantes como úlceras, estenose e até mesmo adenocarcinoma esofágico. Procure sempre um médico especialista.