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domingo, 1 de setembro de 2013

Jornada de Gastroenterologia APM 2013

 
 
JORNADA DE GASTROENTEROLOGIA
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS
 Departamento de Gastroenterologia da APM
 Presidente: Dra. Rosângela Porto
 
 
 
Data: 14 DE SETEMBRO de 2013
9h00 às 09h40:
Tema: Complicações Sistêmicas
Visão Reumatológias. Palestrante: a definir
Visão  Dermatológicas. Palestrante: Dra. Ana Estela  Ribeiro
Visão  Oftalmológicas. Palestrante: Dr. Eduardo Pantaleão
 
09h40 às 10h20:
Complicações Locais
Palestrante: Dr.Wilson Catapani  
 
10h20 às 10h40:
Perguntas
 
10h40 às 11h20:
Uso de Biológicos no tratamento das DII  
Palestrante: Dra. Terry Rocha de Medeiros
 
11h20 às 11h40:  
Manipulação e Administração do Infliximabe
Palestrante: Taciana Marcolino
 
11h40 às 12h00:
Perguntas
 
12h00:
Encerramento
 
 


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Tratamento Clínico e Cirúrgico da Retocolite Ulcerativa



A Retocolite ulcerativa (RCU) é uma doença inflamatória intestinal crônica que acomete a mucosa colorretal com intensidade e extensão variadas.
Os sintomas mais frequentes são a diarréia crônica mucossanguinolenta, associada a dor abdominal e tenesmo. Anorexia , naúseas, vômitos, febre, astenia, desidratação, anemia e emagrecimento são manifestações gerais consequentes. Não raro, encontramos concomitantemente manifestações a distância (extra-intestinais) próprias do quadro, como artrite, aftas, glomerulonefrite, eritema nodoso, acometimento ocular (irite), pancreatite, esteatose e cirrose hepática.

A RCU acomete principalmente adolescentes e adultos jovens, afetando de forma variável a qualidade de vida dos pacientes e familiares. A doença está associada a um elevado custo social, pois tem um impacto direto relacionado com a falta na escola e no trabalho, a internações hospitalares e cirurgias.
No início, com apresentação clínica variável, a RCU pode evoluir para uma afecção quiescente ou até mesmo para uma doença crônica refratária de abordagem cirúrgica ou para complicações como o câncer colorretal. Há trabalhos que apontam uma taxa de até 20% de colectomias em 10 anos naqueles pacientes em uso da terapia convencional ( Langholz et al, 1994).

As publicações da última década afirmam que o tratamento da RCU deve ir além da remissão clínica (ausência dos sintomas) para se atingir um controle sustentado da inflamação através da cicatrização da mucosa. Com esta recente mudança no foco terapêutico, é nítida uma mudança na história natural da doença, observando-se uma diminuição do número de internações e do número de pacientes submetidos à cirurgia.
A avaliação do quadro clínico bem como da extensão e da gravidade da inflamação intestinal permitem a classificação dos pacientes em portadores de doença leve, moderada e grave. Esta classificação é importante pois norteará o planejamento da dose e da via de administração de medicamentos, necessidade de internação e cirurgias.

Os fármacos que fazem parte da terapia convencional são os aminossalicilatos, os corticóides, os imunossupressores e os antimicrobianos. Tal terapia está indicada para casos de RCU leves a moderados.
A terapia biológica constitui uma nova classe de medicamentos, que tem ação em vários pontos da cascata inflamatória e promove efetiva cicatrização da mucosa intestinal.
A terapia biológica é indicada na RCU moderada a grave e em pacientes intolerantes ou refratários à terapia convencional. Os medicamentos biológicos atualmente disponíveis para o tratamentos das doenças inflamatórias intestinais são os anti-TNFs. O Infliximabe, aprovado pela ANVISA em 2006, é o único anti-TNF liberado no Brasil para Retocolite Ulcerativa até o momento.
Atualmente há uma evidente correlação entre a obtenção da cicatrização da mucosa e a redução da recidiva clínica, necessidade do uso de corticóides, internações e cirurgias. Neste sentido, o Infliximabe mostra-se eficaz na indução da remissão da doença e na obtenção da cicatrização da mucosa em pacientes refratários à terapia convencional, sobretudo naqueles pacientes com fatores de gravidade tais como pancolite (acometimento de todo intestino grosso) e manifestações extraintestinais.


domingo, 2 de janeiro de 2011

Compreendendo as Doenças Inflamatórias Intestinais (DII)



A Doença Inflamatória Intestinal (DII) corresponde a qualquer processo inflamatório envolvendo o trato gastrointestinal, seja ele agudo ou crônico. Tradicionalmente, classifica-se as DIIs em dois grupos: com causas conhecidas (infecções, parasitoses, enterocolite por radioterapia, etc) e aquelas com causas não totalmente esclarecidas. Neste último grupo, 80 a 90% dos casos são diagnosticados como Retocolite Ulcerativa Inespecífica (RCUI) e Doença de Crohn (DC). A principal diferença entre elas é que a RCUI compromete somente o intestino grosso, enquanto a DC pode ocorrer em qualquer segmento do aparelho digestivo, desde a boca até o ânus.

CAUSAS

A etiopatogenia destas doenças ainda não é  totalmente conhecida, mas sabe-se que envolve uma série de desordens e ativação imunoinflamatória em indivíduos geneticamente suscetíveis. Como consequência, surgem lesões inflamatórias crônicas da mucosa do tubo digestivo associadas a complicações locais e sistêmicas (em outros órgãos e sistemas).
Atualmente, sabe-se  que são entidades autoimunes, e envolvem tanto fatores genéticos, locais (microbiota intestinal), imunológicos, como psicossociais.
Cerca de 15 a 30% dos portadores de DII têm um parente ou familiar com a doença.


DC - úlceras intestinais
RCUI- colite difusa



INCIDÊNCIA

A RCUI e a DC são afecções crônicas de incidência mundial crescente e, até o momento, não possuem cura, apenas tratamento que há de ser feito de maneira contínua e supervisionado por médico especialista.
Em geral, afetam pessoas entre 10 e 40 anos de idade, mas podem, algumas vezes, manifestar-se pela primeira vez em crianças menores e idosos.
No Brasil, assim como em outros países em desenvolvimento, observa-se que ambas as doenças têm aumentado em frequência nos últimos anos, em especial a DC. A hipótese mais aceita para expllicar este fato em nosso meio, diz respeito ao maior consumo de alimentos industrializados, ricos em xenobióticos (conservantes, corantes,aditivos, etc), que exerceriam um potente efeito antigênico (reação imunológica de defesa e produção de anticorpos) em indivíduos geneticamente suscetíveis, deflagrando a doença.



QUADRO CLÍNICO

Clinicamente, os pacientes com RCUI apresentam-se, característicamente, com diarréia mucossanguinolenta ( com sangue , muco e pus ), tenesmo ( dor retal ) e dor abdominal.
Na DC, os pacientes apresentam diarréia, emagrecimento, dor abdominal, febre, náuseas/vômitos e fístulas (comunicações anormais de regiões do intestino com outros órgãos-Ex: fístula reto-vaginal).
Manifestações extra-intestinais podem ocorrer em até metade dos casos dos portadores das DII e incluem artralgia/artrites, aftas orais, eritemanodoso, pioderma gangrenoso, lesões oculares (episclerite, uveíte) sacroileíte, colelitíase, colangite esclerosante, entre outras.
Agumas destas complicações extra-intestinais podem preceder as manifestações digestivas, o que frequentemente retarda em muito o diagnóstico da doença infamatória intestinal.





DIAGNÓSTICO

O diagnóstico das Doenças Inflamatórias intestinais (DII) é baseado em uma combinação de achados, pois não existe um exame único que permita a definição diagnóstica. Muitas vezes, a diferenciação entre RCUI e DC torna-se difícil. O diagnóstico é realizado com a integração de dados que incluem: história clínica e exame físico, achados endoscópicos (COLONOSCOPIA e ENDOSCOPIA), histológicos (estudo de biópsias intestinais), radiológicos ( ultrassom, tomografia, ressonância) e testes laboratoriais.

TRATAMENTO

 
Ao longo dos últimos 60 anos, vários medicamentos foram e continuam sendo usados para o tratamento das DII: corticóides, SULFASSALAZINA e MESALAZINA (antiinflamatórios intestinais), antibióticos e imunossupressores (drogas capazes de inibir a resposta imune e consequentemente o processo inflamatório gerado).
Felizmente, com o melhor entendimento da fisiopatologia das DII, grandes avanços foram feitos no tratamento da DC e da RCUI. Os medicamentos biológicos a base de anticorpos monoclonais(INFLIXIMABE, ADALIMUMABE) representam hoje um verdadeiro divisor de águas no tratamento das formas moderada e grave destas doenças. A terapia biológica provou ser eficaz na mudança da história natural das doenças, cicatrizando a mucosa, impedidindo a evolução para formas graves e diminuindo índices de complicações, hospitalizações e cirurgia.
O tempo de tratamento e o número de medicamentos utilizados dependerão da intensidade dos sintomas e da resposta à terapia instituída. Geralmente o uso de medicamentos é prolongado e deve ser sempre orientado por um médico especialista.
Como a DC e a RCUI são doenças crônicas caracterizadas por fases agudas (crises) e por períodos de remissão ( ausência ou escassez de sintomas), há de ser feito exames regulares e o uso correto das medicações prescritas a fim de se evitar recidivas (recaídas) da doença.



Há algum risco de câncer associado à doença inflamatória intestinal?
Pacientes com Retocolite Ulcerativa Inespecífica há dez anos ou mais, particularmente com o cólon inteiro afetado (pancolite), apresentam maior risco de desenvolver câncer intestinal. Por esta razão, deve-se realizar colonoscopias regulares para detectar a presença de alterações pré-malignas. Há também certo risco de surgimento de câncer intestinal em pacientes com Doença de Crohn quando esta envolve o intestino grosso.


Como vimos, as DIIs acometem principalmente indivíduos em uma fase produtiva da vida, com sério impacto na qualidade de vida e na esfera sócio-profissional deste doente.
Trata-se de uma processo inflamatório crônico da mucosa gastrointestinal, de intensidades variadas, considerado desafiador a pacientes e médicos por ser de curso incerto e tratamento difícil.
Casos graves associam-se à necessidade de internações frequentes e de tratamentos cirúrgicos de repetição.


À seguir, falaremos de cada doença detalhadamente.


Leia mais em:

Tratamento Clínico e Cirúrgico da Retocolite Ulcerativa
Como a Retocolite Ulcerativa e a Doença de Crohn interferem na digestão
Adalimumabe no tratamento de Retocolite Ulcerativa - Estudos
Cuidados e orientações aos portadores de Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa Inespecífica