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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

SUPERCRESCIMENTO BACTERIANO DE INTESTINO DELGADO

 



O supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SCBID) é uma síndrome heterogênea, caracterizada pelo aumento no número e/ou presença de uma microbiota atípica no intestino delgado.

É uma síndrome de incidência cada vez mais maior, caracterizada por sintomas muitas vezes inespecíficos e persistentes de má-digestão. 

Os sintomas do SCBID estão relacionados com  a má digestão/absorção e produção de gases em excesso. Os pacientes frequentemente  apresentam dor e inchaço abdominal, flatulência, borborigmo (ruídos peristálticos excessivos pelo deslocamento de gases no abdome), diarreia ou constipação, emagrecimento e anemia. Algumas vezes, deficiências nutricionais podem ocorrer, tais como vitamina B12 e vitaminas solúveis em gordura, tais como vitamina D. Raramente o paciente é assintomático ou não necessariamente irá apresentar todos estes sintomas. 

Os fatores de risco para SCBID são hipocloridria e acloridria de longo prazo (induzidas pelo protetores gástricos), anormalidades anatômicas intestinais (divertículo, fístula, estenose, aderência, perda da válvula ileocecal, cirurgias intestinais prévias), hipomotilidade (neuropatia diabética, esclerodermia) e imunodeficiência grave, doenças crônicas como as inflamatórias intestinais (DII). O diagnóstico de SCBID tem como base as manifestações clínicas e os resultados de um teste respiratório de hidrogênio expirado.

O teste respiratório é baseado na curva de hidrogênio expirado após a ingestão de um substrato, habitualmente glicose ou lactulose. É um método indolor, prático, não invasivo e de alta precisão. 

O tratamento do supercrescimento bacteriano do intestino delgado é feito com uso de antibióticos específicos, probióticos e simbióticos com o objetivo de equilibrar a flora bacteriana e controlar os sintomas. 

O quadro pode ser recorrente e necessitar de novos esquemas de antibioticoterapia e o tratamento objetiva sempre  remover os fatores de risco desencadeantes do SCBD.

Procure um médico especialista  para adequada para avaliação, diagnóstico e tratamento.





sábado, 19 de outubro de 2019

Envelhecimento, Imunossenescência e Microbiota Intestinal



Você já ouviu falar de Imunossenescência?

 O envelhecimento é um processo que envolve complexas mudanças celulares e moleculares, incluindo um declínio generalizado das funções imunológicas denominado de imunossenescência. As consequências clínicas da imunossenescência incluem uma maior suscetibilidade às infecções respiratórias, neoplasias e doenças cardiovasculares.

Em 2000, Franceschi e colaboradores entronizaram o termo “inflammaging” . Essa definição trata de uma extensão da teoria de rede do envelhecimento, em que os autores colocam a maneira como o sistema imune lida com um crescente aumento do status inflamatório, que é inerente ao envelhecimento do organismo e provocado por contínuo estímulo antigênico.

Processo inflamatório característico do envelhecimento, o "inflammaging" aparenta ter uma propensão progressiva a um estado pró-inflamatório fortemente influenciado pela carga genética do indivíduo, com um aumento constante da resposta inflamatória basal, representada por níveis séricos aumentados de proteína C reativa (PCR), IL-6 e TNF-a, implicados em inúmeras doenças inflamatórias.


No aparelho Digestivo não é diferente. 

O sistema digestivo também sofre influência do processo de envelhecimento, e passam a existir condições que levam a desnutrição e queda do estado imunológico, diminuindo as reservas orgânicas e propiciando o aparecimento de complicações gerais,como infecções e maior incidência de neoplasias. 
Com o envelhecimento, a salivação diminui e a língua também sofre alterações  sensitivas nas papilas gustativas, o que diminui o paladar. Concomitantemente surgem alterações e fragilidades dentárias que prejudicam significativamente a mastigação dos alimentos, com diminuição do prazer de comer. Os indivíduos com mais de 70 anos só conseguem captar sabores fortes, o que, em conjunto com a queda da olfação e dificuldades de mastigação, leva a anorexia (perda considerável do apetite). Surgem alterações da motilidade esofágica, que, associadas a hérnia de hiato, doença do refluxo gastroesofágico e eventual presença de divertículos esofágicos, levam o idoso a dar preferência a alimentos líquidos e pastosos,que possuem, em geral, menor valor nutritivo, favorecendo a instalação da desnutrição. 
Com o envelhecimento ocorre também prejuízo da zona secretora gástrica, que propicia estados de acloridria e, por conseguinte, gastrite atrófica e anemia perniciosa. O idoso apresenta uma diminuição do número de vilosidades do intestino delgado, que, associada a deficiências circulatórias, pode instalar processos isquêmicos intestinais crônicos, que levam a menor absorção de nutrientes e causam reflexos deletérios na exoneração intestinal, conduzindo a constipação intestinal, determinando contato mais prolongado da mucosa intestinal com agentes cancerígenos de origem alimentar e propiciando maior incidência de neoplasias. Com o progredir da vida é nítido o aumento da incidência de úlceras gástricas, neoplasias, divertículos e constipação intestinal.
O fígado, com o envelhecimento, apresenta redução da massa celular, com menor fluxo sangüíneo e redução da função, com queda da atividade enzimática e diminuição de fatores de coagulação, logo com maior possibilidade de complicações hemorrágicas. Alterações metabólicas relacionadas com a absorção e a excreção de sais biliares determinam aumento paralelo da idade e da incidência de colecistopatia calculosa. 


Microbiota

Microbiota intestinal é, por definição, o conjunto de microrganismos (não só bactérias) que povoam o trato gastrointestinal (TGI) humano e que, em condições normais, não nos causam doenças.
E esses microorganismos ajudam na digestão de alguns alimentos (como alguns polissacarídeos que não digerimos), produzem vitaminas e  protegem o TGI contra colonização por agentes agressores. O que não se sabia era que suas funções são bem mais amplas que essas. Estima-se que um adulto porte cerca de 1 a 2 Kg de microbiota em seu corpo e as funções exercidas são tantas que ela pode ser quase considerada um órgão virtual.
Nós envelhecemos e a microbiota intestinal tende a apresentar um perfil pró-inflamatório, produzindo citocinas pró-inflamatórias em condições de disbiose (desequilibrio da flora intestinal). Isto se dá principalmente pela significativa diminuição da quantidade de bifidobactérias intestinais. Tal fato relaciona-se por exemplo a um risco aumentado  de surgimento de alguns tumores, principalmente tumor colorretal e gástrico.
Surge então mais uma seara em que podemos intervir de forma positiva na busca da saúde global do indivíduo.
O mapeamento da microbiota intestinal de cada indivíduo já é um exame disponível em consultórios e a modulação intestinal representa hoje uma importante ferramenta para restaurar o equilíbrio do MICROBIOMA INTESTINAL e garantir a saúde e a qualidade de vida dos pacientes.

Converse com seu médico e busque orientações. Probióticos não são todos iguais. Cada vez mais sabemos que cepas específicas agem especificamente e beneficamente para determinadas doenças. 
Um "pull" com várias cepas de probióticos não significa que seja mais eficaz ou melhor do que um probiótico de cepa única.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

ORIENTAÇÕES AOS PACIENTES COM ESTEATOSE HEPÁTICA


Para minimizar  e prevenir os danos causados pelo fígado gorduroso, algumas mudanças nos hábitos de vida são imprescindíveis. Veja a seguir, algumas orientações:


  1. Reduza a ingestão de carboidratos e dê preferência  aos alimentos integrais .
  2. Evite gorduras saturadas ( carne vermelha , manteiga, frituras, etc) e dê preferência às gorduras boas (castanhas, abacates, azeite de oliva , etc); evite as frituras, as refeições gordurosas e diminua o óleo utilizado para preparar as refeições.
  3. Aumente a ingestão de fibras (cereais integrais, farelos como gérmen de trigo, farinha de linhaça e de outras sementes, aveia, legumes crus, verduras e frutas).
  4. Faça refeições leves, com porções menores e mais frequentes; se possível, faça de cinco a seis refeições ao dia.
  5. Evite consumir em excesso bolos com recheios e coberturas, balas, chocolates,sorvetes e doces em geral.
  6. Prefira sempre os alimentos grelhados , cozidos ou assados, carnes magras, leite e derivados desnatados.
  7. Evite a ingestão de líquidos durante as principais refeições.
  8. Reduza o consumo de sal. Experimente limão e ervas aromáticas, como manjericão, orégano e cheiro-verde, para temperar os alimentos.
  9. Evite a ingestão de bebidas alcoólicas.
  10. Exercite-se diariamente. Esta prática ajuda a controlar o peso e a 'queimar' a gordura armazenada.
  11. Evite grandes perdas de peso em curtos períodos de tempo. Isto piora o grau da Esteatose Hepática. Fuja de dietas milagrosas. Emagreça saudavelmente, aos poucos e sempre com orientação médica e nutricional.
Além de manter o peso saudável, alguns cuidados com a alimentação ajudam no tratamento da esteatose hepática. Porém, não deixe de procurar o médico para avaliar qual o melhor tratamento individualizado para o seu caso.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

DICAS IMPORTANTES PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL


  • Alimente-se 5 a 6 vezes ao dia. Coma no café da manhã , almoço e jantar e faça lanches saudáveis nos intervalos das refeições ( frutas frescas ou secas, castanhas, iogurtes, bolachas e pães integrais, etc)
  • Escolha frutas, verduras e legumes de sua preferência e adicione à sua alimentação diária.
  • Evite alimentos gordurosos e frituras, substituindo-os por assados, cozidos e grelhados.
  • Evite o consumo de alimentos ultraprocessados e congelados. Leia os rótulos! Corantes, conservantes, acidulantes, saborizantes , emulsificantes não são alimentos...são aditivos químicos na sua maioria.
  • Evite bebidas alcoólicas e refrigerantes. Água, água de côco e sucos naturais são as bebidas mais recomendadas.
  • Ingira no mínimo 2 litros de líquido ao dia!

Você conhece o Guia Alimentar para a População Brasileira , do Ministério da Saúde?

O que devemos comer? Quais alimentos comprar? Como preparar?

Todas estas perguntas são respondidas pelo conceituado e premiado guia do Ministério da Saúde, que sugere inclusive cardápios.

 O Guia Alimentar para a População Brasileira é um documento dedicado a todos os brasileiros e está disponível para download. Clique para acessar o arquivo.




Vamos fazer melhor, vamos fazer mais por nós mesmos e nossa família!

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVELVIDA COM MAIS SAÚDE!


quarta-feira, 5 de setembro de 2018

III ENCONTRO DE PACIENTES COM DOENÇAS INTESTINAIS INFLAMATÓRIAS (DII)



No último sábado de Setembro 2018, especialistas discutirão com pacientes e familiares temas importantes sobre Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn.
O evento será gratuito e acontecerá na sede da Associação Paulista de Medicina (APM).


PROGRAMAÇÃO

9h00 - Situação Atual das DII no Brasil
Dra. Rosângela Porto
9h20 - Exames Laboratoriais
Dra. Andreia Vieira
9h40 - Colonoscopia
Dra. Maristela Gomes Almeida
10h00 - Enterotomografia - Enteroressonância
Dr. Dario Tiferes
10h20 – Tratamento medicamentoso
Dr. Isaac Altikes
10h40 - Cirúrgico eletivo
Dr. Marcelo Pedro
11h00 - Urgência do Tratamento Cirúrgico
Dra. Cinara Oliveira
11h20 - Importância da adesão ao tratamento
Dr. Wilson Catapani
11h40 – Discussão
12h00 - Encerramento

DATA E HORA


Sábado, 29 de setembro de 2018
08H00 – 13H00 

LOCALIZAÇÃO


ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA
Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 278
Bela Vista - Tel: (11) 3188-4200
São Paulo, SP 


INSCREVA-SE!






Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) são doenças que evoluem com a inflamação crônica no intestino e cursam com momentos de intensificação dos sintomas versus períodos de acalmia. São elas: Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa. Ainda que possam iniciar em qualquer idade, comprometem preferencialmente adolescentes e adultos jovens.

A causa destas doenças ainda não é  totalmente conhecida, mas sabe-se que envolve uma série de desordens e ativação imunoinflamatória em indivíduos geneticamente suscetíveis. Como consequência, surgem lesões inflamatórias crônicas da mucosa do tubo digestivo associadas a complicações locais e sistêmicas (em outros órgãos e sistemas).
Atualmente, sabe-se  que são entidades autoimunes, e envolvem tanto fatores genéticos, locais (microbiota intestinal), imunológicos, como psicossociais.
Cerca de 15 a 30% dos portadores de DII têm um parente ou familiar com a doença.


DC - úlceras intestinais
RCUI- colite difusa



A RCUI e a DC são afecções crônicas de incidência mundial crescente e, até o momento, não possuem cura, apenas tratamento que há de ser feito de maneira contínua e supervisionado por médico especialista.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

13º ENCONTRO DE PACIENTES E FAMILIARES DE DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS



O Encontro de Pacientes e Familiares de Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) tem como finalidade a troca de informações e esclarecimentos aos PacientesFamiliares e Comunidade interessados no tema. As palestras serão realizadas por uma Equipe Multidisciplinar que abordará diagnóstico, tratamento, nutrição, sexualidade, aspectos jurídicos e psicológicos da Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa. 
Ao final de cada bloco os profissionais responderão e esclarecerão dúvidas dos participantes.
Durante o evento, a nutricionista Maria Izabel Lamounier irá falar sobre "O que posso comer na crise da doença e fora dela".
Será uma importante oportunidade de encontro e debate acerca das Doenças Inflamatórias Intestinais.
Você sabe que informação é saúde; você se informa, se cuida e vive melhor!

Participe!


EVENTO GRATUITO
Inscrições até 19 de setembro 2018


LOCAL
APM - Associação Paulista de Medicina
Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 278, Bela Vista
São Paulo, SP.

QUANDO

Dia  22 de setembro de 2018, 08H30-12H00



Realização: 
ABCD (Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn)

Apoio:
Nestlé, UCB

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

É POSSÍVEL PREVENIR O CÂNCER GÁSTRICO?

A prevalência do adenocarcinoma gástrico é particularmente elevada nos países asiáticos como Japão, China e Coréia. No Brasil, segundo estimativa para o biênio 2016/2017 feita pelo Instituto Nacional do Câncer ( INCA), o câncer gástrico ocuparia a quarta posição entre os homens  e a quinta entre as mulheres.

Os 3 principais fatores ambientais de risco para o adenocarcinoma de estômago são : Helicobacter pylori, o tabagismo e o sal.

Desta forma, é evidente que a erradicação do Helicobacter pylori, utilizar moderadamente o sal e não fumar, são três medidas importantes para se evitar o câncer gástrico.







No Japão, o Ministério da Saúde aprovou em 21/02/2013 o tratamento gratuito para a infecção pelo H. Pylori a todos os indivíduos que , no check-up endoscópico, apresentassem  gastrite crônica e a bactéria positiva. Com tal medida, o governo visa diminuir em 10 anos 20% do número de mortes anuais decorrentes do câncer gástrico no país.

Além da erradicação do Helicobacter pylori, quais outras medidas podem ser tomadas para a prevenção do câncer gástrico?


  • Ter uma dieta saúdavel, rica em verduras , legumes e frutas frescas
  • Utilizar antioxidantes
  • Evitar o uso abusivo do sal
  • Evitar o consumo de alimentos processados e carne vermelha 
  • não fumar
  • Praticar exercícios físicos diários 
  • manter o peso ideal
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas

Saiba mais em:






Você se informa,  se previne  e  vive melhor!