No Brasil, dados originados principalmente de estudos realizados em doadores de sangue têm revelado prevalência variando entre entre 1 a 3% de infecção pelo vírus C. Assim,estima-se que cerca de 20 milhões de pessoas podem ter tido contato com este vírus.
Na grande maioria das vezes a infecção é assintomática, dificultando seu controle e facilitando sua disseminação na comunidade. Geralmente, o diagnóstico é acidental, durante a realização do exame de anti-HCV em doadores de sangue ou na investigação de enzimas hepáticas aumentadas. Infelizmente , este fato leva a diagnósticos tardios, em fases de descompensação da doença hepática.
As Principais vias de Transmissão do HCV
- Transfusão de sangue e derivados antes de 1993 ( transmissão parenteral )
- Da mãe para o bebê ( transmissão perinatal-raro )
- Compartilhamento de agulhas e seringas
- Acidentes de trabalho com profissionais de saúde
- Exposição percutânea em atividades como tatuagens, piercings, manicure entre outras , onde não haja preocupação com biossegurança
- Transmissão sexual - não é uma via comum, baixos índices de infecção
Este vírus foi identificado apenas em 1989 e, a partir de então, os testes para identificar os anticorpos específicos foram desenvolvidos, o que aumentou a segurança das pessoas que recebem sangue ou transplantes de órgãos.
O HCV apresenta vários subtipos, conhecidos como genótipos. Esses têm grande relevância, pois o genótipo 1, por exemplo, apresenta resposta mais difícil ao tratamento do que os demais (não-1).
SINTOMAS
Na fase aguda da infecção, os sintomas são leves ou ausentes, por isto, raramente ocorre o diagnóstico neste período. A evolução fulminante é rara na infecção pelo vírus C.
Os sintomas da infecção crônica também são leves, pelo menos no início. Desta forma, é comum o portador conviver vários anos com a doença sem saber que a possui. Apenas 25 a 30% dos infectados apresentam sintomas da doença que pode manifestar-se por letargia, mal-estar geral e intestinal, febre, perda de apetite, intolerância ao álcool e icterícia (“olhos e/ou pele amarelados”). Muitas vezes, os sintomas não são claros, podendo-se assemelhar aos de uma gripe. Na maioria das vezes, a infecção é descoberta acidentalmente durante exames de sangue de rotina ou nos exames de triagem para doação de sangue.
Nesta fase, alguns pacientes apresentam-se com sinais e sintomas de doença crônica do fígado inerentes a hepatite crônica ou cirrose, em fase compensada ou descompensada da hepatopatia, podendo apresentar edema, ascite ou hipertensão portal. A icterícia nem sempre está presente.
PREVENÇÃO
Não existe vacina contra a hepatite C
A principal forma de prevenção é o teste para o vírus HCV que já é feito de rotina nos bancos de sangue e derivados atualmente. O sangue de doadores de órgãos , tecidos ou sêmen também deve ser testado.
O uso compartilhado de de seringas é inaceitável. Além disto, é preciso ter muito cuidado com materiais que possam conter sangue contaminado como instrumentos de manicure, lâminas, barbeadores, escovas de dente, etc.
Diagnóstico da Hepatite C
É feito através de exames específicos, como:
Enzimas hepáticas: quando o fígado é atacado es as células começam a ser destruídas, as enzimas presentes no interior destas células se elevam na corrente sangúinea. São elas : enzimas ALT ( alanina aminotranferase) e AST (aspartato aminotransferase).
Anticorpos: O teste ELISA detecta a presença de anticorpos que o organismo produz contra o vírus da hepatite C. Um teste de anticorpo Anti-HVC positivoindica exposição ao vírus, mas não diz se a infecção está presente ou se já foi curada.
Presença do RNA do vírus: O teste de PCR ( reação de polimerase em cadeia ) procura o RNA do vírus HCV. o RNA é um conjunto de proteínas que carrega as informações sobre o vírus. Este teste pode indicar se o vírus está presente no organismo.
Biópsia hepática: é a retirada de um fragmento de tecido hepático para examinar as alterações nele existentes. as biópsias são frequentemente solicitadas para distinguir hepatite viral de hepatite causada por outros fatores, como o alcoolismo, por exemplo. Adicionalmente, indica também o grau do dano hepático (se existe fibrose ou cirrose e qual é o estágio). Portanto, esse exame é importante para decidir a necessidade ou não de tratamento.
Como é a evolução da Hepatite C?
A hepatite C evolui lentamente e possui várias consequência possíveis:
Pacientes que não apresentam sintomas (assintomáticos) Como vimos, a maioria dos portadores crônicos da hepatite C não apresenta sintomas. Se ocorrem, são leves e , por isto, a infecção pode levar muitos anos para ser diagnosticada.
Infecção aguda O período de incubação varia de 2 semanas a 6 meses e os pacientes, na maioria das vezes, não apresenta sintomas clínicos.
Infecção crônica Em adultos, a progressão da doença para a forma crônica é muito maior na hepatite C (cerca de 80%) do que na hepatite B (10%). Nesse caso, a doença pode prejudicar muito o fígado e progredir para cirrose ou até mesmo para câncer.
HEPATITE C : prevenção é a meta: PROCURA-C!