CÂNCER DE ESTÔMAGO PODE SER EVITADO!
Terceira causa mais frequente de mortes em homens e quinta em mulheres no Brasil, o câncer de estômago atingiu aproximadamente 21.500 pessoas em 2010, de acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Segundo o relatório divulgado, a incidência da doença é maior nos países em desenvolvimento e prevalece no sexo masculino. O câncer gástrico representa uma grande causa de óbitos em todo o mundo: são registrados mais de 500 mil óbitos pela doença anualmente.
Na prática clínica diária, observo entretanto um aspecto importante e reiterado: as pessoas minimizam os sintomas gástricos quando presentes, atribuindo-os a algum fator alimentar pontual, ao estresse emocional momentâneo ou simplesmente a um " estômago preguiçoso " e a uma gastrite crônica.
Tal fato, culmina sempre em uma atitute temível pelos médicos, que é a automedicação.
A automedicação por sua vez, mascara os sintomas de uma doença grave e protela o seu tratamento efetivo.
Outra crença equivocada da população geral é a de que para se ter uma doença como úlcera ou câncer gástrico há de se ter sempre sintomas graves e importantes, como dor intensa ou sangramento digestivo.
Isto de fato não é verdade, uma vez que estas afecções podem se apresentar de maneira silenciosa, com poucos sintomas.
QUAIS OS FATORES DE RISCO?
Dentre os fatores etiopatogênicos de importância para o surgimento das neoplasias de estômago, deve-se ressaltar os infecciosos (
Helicobacter pylori), os genéticos e os ambientais.
O
Helicobacter pylori é um fator de grande importância no surgimento do Adenocarcimoma Gástrico e no linfoma de MALT ( tecido linfóide associado à mucosa ). O H. pylori promove um processo inflamatório crônico da mucosa, levando à gastrite atrófica,com consequentes focos de metaplasia, evoluindo para displasia e neoplasia.
Pessoas com
história familiar de câncer gástrico ( principalmente parentes de primeiro grau ) têm um risco aumentado de desenvolver a doença. Fatores genéticos também estão ligados aos indivíduos com o
tipo sanguíneo A, que apresentam uma maior predisposição.
O
tabagismo e o
alcoolismo estão relacionados a um aumento importante na taxa de neoplasia gástrica.
A
falta de ingestão de alguns fatores protetores, como vitaminas A e C e oligoelementos como o selênio, também favorece o aparecimento do câncer gástrico.
Dieta ricas em gordurosos, sal, defumados e conservantes também constitem fatores de risco para a doença.
Condições ambientais inadequadas, como falta de saneamento básico, limpeza urbana deficiente e má higienização dos alimentos propiciam infecção do organismo, aumentando a incidência gastrite, úlcera, além de ser um dos principais fatores de risco para aquisição do tumor.
Antecedente de gastrectomia subtotal ( cirurgia para retirada de parte do estômago ) há mais de 15 anos também é considerado fator predisponente.
QUAIS SERIAM OS SINAIS E SINTOMAS DO CÂNCER GÁSTRICO?
O câncer gástrico tem várias formas de apresentação clínica e, em muitos casos, os sintomas surgem nas formas avançadas, corroborando para seu prognóstico adverso.
O adenocarcinoma gástrico não tem sintomas peculiares no início da doença, mas é importante o paciente ficar alerta caso tenha náuseas, vômitos, desconforto abdominal, sensação de estômago cheio e perda de peso constante, pois este quadro atinge tanto pessoas com doenças facilmente curáveis, mas também podem indicar algo mais grave.
Pacientes acima de 40 anos e do sexo masculino devem ter especial atenção para sintomas de anemia, perda de apetite acompanhada de saciedade precoce, perda de peso progressiva, náuseas e vômitos.
A hepatomegalia (aumento do fígado) e massa palpável no andar superior do abdomem podem indicar doença avançada ou metastática.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
O diagnóstico se faz por meio da anamnese, exame clínico-laboratorial e exames de auxíliares, sendo a
ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA, sem dúvida, o padrão ouro tanto para o diagnóstico como para a comprovação, com biópsias colhidas diretamente da lesão.
Atualmente, com a facilidade de acesso a endoscopia, sua baixa comorbidade e tolerância, NÃO se justifica o atraso na realização do exame.
TRATAMENTO
Diversas modalidades terapêuticas são aventadas para o tratamento do câncer gástrico, sendo a cirurgia sempre o tratamento de escolha quando se pensa em cura. A radioterapia e a quimioterapia são utilizadas principalmente nos casos avançados,como tratametos paliativos.
PREVINA-SE DO CÂNCER GÁSTRICO:
Mudanças de hábitos reduzem em 50% a probabilidade de a doença se desenvolver.
- Tenha uma alimentação saudável, com a ingestão diária de frutas, legumes e verduras
- Controle seu peso
- Evite o consumo de bebidas alcoólicas
- Não fume
- Evite a ingestão de alimentos gordurosos, com conservantes e frituras
- Evite o consumo excessivo de sal
- Alimente-se em horários regulares, evitando assim ficar muito tempo em jejum
- Caso você tenha uma história familiar de câncer gástrico, procure um médico especialista para orientar e auxiliar você na prevenção da doença
- Não se automedique, consulte sempre um gastroenterologista para diagnosticar e tratar adequadamente o seu caso.